PEDRO CANÁRIO (ES) – A Paróquia Nossa Senhora de Fátima realizará no dia 29 de março, às 18h, na Lagoa Augusto Ruschi (Centro), o Auto da Paixão de Cristo – Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Cerca de 120 atores, figurantes e técnicos são mobilizados desde o dia 19 de fevereiro por meio das comunidades católicas, pastorais e lideranças religiosas. A encenação teatral conta com o apoio da Prefeitura de Pedro Canário, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e deve ganhar o reforço artístico do Grupo de Teatro Amador Canariense (Grutac) e o Grupo Teatral Anhanguera.
Baseado no Evangelho de João (capítulos 12 ao 21), o roteiro teatral do Auto da Paixão de Cristo segue à risca a narrativa da última semana de Jesus, compreendida pela entrada em Jerusalém (Domingo de Ramos) até a Ressurreição do Senhor (Domingo de Páscoa). O compacto prevê cenas fortes e dramáticas da prisão de Jesus (Riacho do Cedron), Via-Sacra (Estação da Cruz) e crucificação (Gólgota), além do alívio cômico no Mar de Tiberíades (milagre dos peixes) – cena que contará com truques de efeitos especiais por meio de tanque de peixe instalado nas profundezas da lagoa.
As novidades desse ano estão na procissão luminosa que sairá da Matriz logo após a Celebração ‘O Beijo da Cruz’, tradicional momento de reflexão católica na Sexta-Feira Santa. A procissão seguirá até o semáforo principal do centro da cidade, descendo a ladeira da região da Farmácia Santa Helena. Ao chegar na lagoa, a procissão será recebida pelo Ministério de Louvor do Grupo de Oração Água Viva (Renovação Carismática Católica), que deve abrilhantar essa primeira parte reflexiva com cantos, sermões e orações. Logo após, às 18h, começa oficialmente a encenação teatral, que deve ser encerrada por volta das 20h30, com a Oração da Campanha da Fraternidade e a benção final do padre João Batista Vieira.
O Auto da Paixão de Cristo conta com supervisão de texto do padre João Batista Vieira e supervisão de ensaios do seminarista Daniel Sousa Bergamim. Os ensaios seguem em ritmo frenético até o dia 27 de março (quarta-feira) com a seguinte agenda programada: segundas, quartas e sextas (19h); sábados (15h), sendo todos os ensaios na Lagoa Augusto Ruschi. Os artistas e técnicos estão sendo orientados a levar para os ensaios externos na lagoa: água, sombrinha, chapéus e filtro solar. A equipe técnica ficou assim definida: Arnaldo Cardoso e Dadá Oliveira (direção artística), Ransmiller Brunelli e Ana Késia Silva Santos (produção executiva) e Vanessa Figueiredo e Layane Vieira (figurinos e adereços). Outros técnicos devem somar-se à equipe ao longo dos ensaios.
PEDRO CANÁRIO
Desde os anos 1970, Pedro Canário possui tradição na encenação da vida de Jesus, projeto à época encabeçado pelo Grupo de Teatro Amador Canariense (Grutac). Nos anos 1990, tradição que seguiu até os anos 2000, o auto ficou a cargo do Grupo de Renovação Carismática Católica (RCC), com o servidor público Pedro Vieira no papel central de Jesus Cristo. Já em 2010 e 2011, com o apoio da Pastoral da Juventude (PJ) e o mecânico Alessandro Lira no papel de Jesus, a encenação ganhou ares hollywoodianos. Houve a instalação de cruzes gigantes na lagoa, cenas de teor dramático e forte apelo à emoção, o que causou realismo em cenas com o apoio do próprio público que acompanhava o teatro. Com um hiato de 12 anos, a encenação retorna em 2024 com fôlego total e traz novidades musicais para a apresentação. Esse ano quem protagoniza o papel central de Jesus Cristo é o jovem e talentoso estudante Arthur Barbosa, que, de acordo com a direção artística do espetáculo, tem-se tornado uma grande revelação na encenação bíblica.
EQUIPE TÉCNICA – PAIXÃO DE CRISTO 2024
Supervisão de Texto Bíblico: Pe. João Batista Vieira
Supervisão de Ensaios: Sem. Daniel Sousa Bergamim
Direção-Geral: Arnaldo Cardoso
Assistente de Direção: Dadá Oliveira
Produção Executiva: Ransmiller Brunelli
Assistente de Produção: Ana Késia Silva Santos
Figurinos e Adereços: Vanessa Figueiredo
Assistente de Figurinos e Adereços: Layane Vieira
Cenografia: Leiva Cardoso
Assistente de Cenografia: Neuma Ávila
Narrador: Cirene Santana
Sonoplastia e Edição de Áudio: Wender Carlos
Apoio Sonoplastia e Edição de Áudio: Rádio Massa FM (96,1 FM)
Filmagem e Edição: Henrique Ribeiro
Chefe de Elenco: Nayara Rebonato
Assistente de Chefia e Elenco: Larisse Oliveira
Chefe de Maquiagem Artística: Lorena Bonomo
Assistente de Maquiagem Artística: Geovana Santana
Assistente de Maquiagem Artística: Izabhel Norberto
Chefe de Efeitos Especiais: Maurício Barbosa
Assistente de Efeitos Especiais: Jocicleide dos Santos
Assistente de Efeitos Especiais: Siclêude Santos
Realização:
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
(COMUNIDADES CATÓLICAS, PASTORAIS E LIDERANÇAS RELIGIOSAS)
Supervisão Artística:
GRUPO DE TEATRO AMADOR CANARIENSE (GRUTAC)
GRUPO TEATRAL ANHANGUERA
Assessoria de Comunicação:
PASTORAL DA COMUNICAÇÃO (PASCOM)
Apoio Cultural:
PREFEITURA MUNICIPAL DE PEDRO CANÁRIO – ES
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E TURISMO
Cobertura Jornalística:
CORREIO CANARIENSE
DIÁRIO DO NORTE
Trilha Sonora Original:
The Passion of the Christ (John Debney, 2004)
AGRADECIMENTOS
Comunidade Nossa Senhora de Fátima – Matriz (Centro)
Comunidade Nossa senhora da Penha (Boa Vista)
Comunidade São Geraldo (São Geraldo)
Comunidade Bom Jesus (Centro)
Comunidade Santa Rita de Cassia (Leonório I)
Comunidade São João Evangelista (Esplanada)
Comunidade São José
Comunidade Nossa Senhora de Fátima (Cristal do Norte)
Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Vila Nova, Cristal do Norte)
Comunidade Santo Antônio (Taquaras)
Comunidade São João Batista – (São João Batista – Camata I)
Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Saturnino Mauro – Camata II)
Comunidade Santa Luzia (Assentamento Castro Alves)
Comunidade Nossa Senhora Das Graças (Canarinho)
Comunidade Cristo Rei (Assentamento Castro Alves)
Comunidade Santa Isabel (Assentamento Paulo Vinhas)
Comunidade São Sebastião (Assentamento Paulo Vinhas)
Comunidade Sagrado Coração de Jesus (Assentamento Água Preta)
Comunidade Sagrada Família (Vista Alegre)
Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Floresta do Sul)
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Grupo de Oração “Água Viva”
(Renovação Carismática Católica – RCC)
Assentamento Valdício Barbosa
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL – MINISTÉRIO DE LOUVOR
Jhecylane Gomes
(Canção: O Canto de Verônica)
Aurea Costa
(Canção: “Foi Por Amor” – Compositor: André Miranda)
Waleska Tonole, Arthur Barbosa e Rafael Silva
(Canção: “Maria Madalena e Jesus Ressuscitado” – Compositor: Jorge Trevisol)
Gláucia Zimmer
(Canção: Foi Por Você – Compositor: Dalvimar Gallo),
Katinha
(Canção: “Oh Mãe, Levanta-me do Chão” – Compositor: Mariani)
Maria de Fátima
(Canção: “Ninguém Te Ama Como Eu” – Compositor: Thiago Brado)
ELENCO
Arthur Barbosa (Jesus)
Elias Lima (Simão Pedro)
Pedro Souza (João)*
Pedro Vieira (Judas Tadeu)
Geílton Santos (Judas Iscariotes)
Pablo Perini (Tiago)*
Alan Nogueira (Tomé, o Gêmeo)
Rhuan de Jesus (Filipe)*
Rafael Silva (André)*
Cauã Brunelli (Mateus)
Erick Bredoff (Tiago, filho de Alfeu)
Kauã de Jesus (Bartolomeu)
Alecsandro dos Santos (Simão, o Zelote)
Vera Gambarine (Maria)
Daniela de Sá (Maria de Cleófas)
Waleska Tonole (Maria Madalena)
Elias Hupp (José de Arimatéia)
Jhecylane Gomes (Verônica)
Arthur dos Santos (Cirineu)
Herodes de Antifas (personagem off)
Arthur Wandel-Rei (Pôncio Pilatos)
Francisco dos Santos (Barrabás)
Rafael Silva (Guarda)
Cirene Santana (Empregada)
Laudicéia Soares (Judia)
Alessandro de Jesus (Malco)
Geraldo Pereira (Irmão de Malco)
Dara Luísa (Empregada de Anás)
Jocicleide dos Santos (Fariseu)
Henrique Cardoso (Soldado Auxiliar)
João Paulo Santos (Soldado II)
Paulo Freitas (Soldado III)
Iler Mello (Anjo)
Maísa Costa (Anjo Auxiliar)
ELENCO DE APOIO
Jullya Neves
Mikaelly Sírtoli
Luciléia Lagasse
FIGURANTES DE APOIO
Comunidades Católicas
ORIGEM DA SEMANA SANTA
A Semana Santa é a ocasião em que é celebrada a paixão de Cristo, sua morte e ressurreição.Jesus Cristo não aceitava o tipo de vida que seu povo levava, o governo cobrando altos impostos, riquezas extremas para uns e miséria para outros. Ao chegar a Jerusalém, foi aclamado pela população como sendo o Messias, o Rei, mas os romanos não acreditavam que ele era filho de Deus, duvidavam dos seus sábios ensinamentos, de sua missão para salvar a humanidade, então passaram a persegui-lo.
Jesus tinha conhecimento de tudo que iria passar, da peregrinação que o levaria à morte. Convidou, então, doze homens a quem chamou de discípulos, para levar seus ensinamentos às pessoas. Porém, Judas Escariotes, um desses apóstolos, também duvidou que Ele era um enviado de Deus, entregando-lhe para os romanos, que o capturaram. Em seguida, fizeram Jesus passar pela via sacra, amarrado à sua cruz, carregando-a por um longo trecho, sendo torturado, levando chibatadas dos soldados, sendo caçoado covardemente até sofrer a crucificação e a morte.
Em 325 d.C, o Concílio de Niceia, presidido pelo Imperador Constantino e organizado pelo Papa Silvestre I, fabricou e consolidou a doutrina da Igreja Católica, como a escolha dos livros sagrados e as datas religiosas. Ficou decidido também que a Semana Santa seria comemorada por uma semana (do domingo de ramos ao domingo de Páscoa). Há relatos de festas em homenagem aos últimos dias de Cristo, pouco tempo depois de sua morte. Porém comemoravam dois dias apenas (sábado de aleluia e domingo da ressurreição). Nesse Concílio também foi adotado o Catolicismo como religião oficial do Império Romano.
Cada dia da comemoração faz referência a um acontecimento: o domingo de ramos refere-se à entrada do Rei, o Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach. A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.”
Por Jussara de Barros (Graduada em Pedagogia)
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historia/origem-da-semana-santa.htm
PAIXÃO DE CRISTO: A MAIOR HISTÓRIA DE AMOR DE TODOS OS TEMPOS
A Ressurreição de Jesus é o ápice do mistério bíblico sobre a Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O amor vence o ódio do mundo e triunfa sobre o mal.
Os últimos passos de Jesus no plano terreno ocorrem no período conhecido como Semana Santa. É quando se sucedem os fatos que demonstram o ponto alto do amor de Deus pela humanidade, ao entregar o próprio Filho para salvá-la. Trata-se do momento na História em que se abre um novo horizonte para o mundo, com a vitória da vida sobre a morte, através da Ressurreição do Senhor.
Cronologicamente, esse tempo começa a partir da entrada de Jesus em Jerusalém, onde foi aclamado com um gesto que identifica o Domingo de Ramos: as pessoas cortaram ramagens de árvores e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Ele passaria, montado num jumento. A atitude era um sinal de reverência daquele povo que o recebia em festa, reconhecendo assim o Messias. “É o início de uma semana que começa alegre e festiva, depois conhece a tristeza e a morte e, por fim, a glória de Deus”, explica o padre Jurandi Dantas.
A descrição feita pelo pároco da paróquia Deus Menino ocorre porque Jesus sofreria o martírio na mesma cidade onde entrou em montaria humilde – em vez de usar um cavalo, transporte de nobres –, com acusações apoiadas e replicadas posteriormente pela mesma multidão que o enalteceu poucos dias antes. O impacto da chegada do Filho de Deus a Jerusalém despertou inveja nos sacerdotes e mestres da lei. O medo de perder o poder foi o ponto de partida para a condenação de Jesus à morte na cruz. Para o padre Jurandi Dantas, “além da humildade que somos convidados a viver, o Domingo de Ramos evoca a certeza de que devemos esperar e confiar sempre em Deus, porque no fim triunfaremos”.
A Semana Santa e seus significados
Na Segunda-feira Santa, celebra-se a purificação do templo por Jesus. O trecho refere-se à expulsão de comerciantes que vendiam bois, ovelhas e pombas no espaço sagrado, para mostrar-lhes que a Casa do Pai não pode ser transformada em local de negócios. O entendimento da purificação pode ser expandido para a purificação do corpo e do espírito de todas as impurezas que nos distanciam de Deus.
A Terça-feira Santa reflete o momento em que Jesus descreve aos discípulos a futura destruição de Jerusalém, deixando-os conscientes de que haveria guerras e desastres naturais, o que não representaria o fim. Nessa passagem, Ele também alerta sobre falsos profetas que apareceriam e usariam Seu nome.
A liturgia da Quarta-feira Santa remete à traição de Jesus por Judas, que o entregou aos sacerdotes por trinta moedas de prata. Nesse dia, é proposta a reflexão sobre a quem desejamos servir. É uma leitura que faz pensar sobre as prioridades de cada um, principalmente no que se refere ao peso atribuído à riqueza e às relações de poder que estabelecem diferenças sociais e pobreza.
A Quinta-feira Santa celebra a instituição da Santa Ceia e lembra a agonia de Jesus no jardim do Getsêmani, onde costumava orar e se reunir com os discípulos. Nesse dia havia levado Pedro, Tiago e João para o local e, sabendo que seria torturado e crucificado, entrou em profunda agonia, sendo tomado por grande tristeza. É na quinta-feira que se recorda também como Jesus lavou os pés de seus discípulos.
“O rito do Lava-pés desenvolve-se na Missa vespertina da Quinta-feira Santa. Na celebração da Santa Ceia, Jesus inclina-se, abaixa-se. Ele, o Senhor e Deus, lava os pés de seus discípulos, num gesto lindo e cheio de simbolismo, que deve ser seguido por nós para encontrarmos o Senhor na sua glória e concretude”, explica o padre Jurandi Dantas, que detalha ainda o significado da celebração dos Santos Óleos no mesmo dia.
“Na linda manhã da Quinta-feira Santa, o bispo reúne o clero e o povo de Deus na catedral basílica e abençoa os óleos do batismo, crisma e enfermos. É a oração da Igreja por todos os que neste ano nela nascerão ou serão crismados, ordenados sacerdotes, bispos. Oração também por aqueles que no momento de dor e sofrimento serão ungidos para que sua saúde seja restaurada, seus pecados perdoados e possam continuar na presença do Senhor”, esclarece.
A Sexta-Feira Santa é o dia em que se revive a crucificação e a morte de Jesus. É o único dia no ano em que não há celebração da Missa. Em vez disso, ocorre a Celebração da Paixão e Morte do Senhor, que consiste na Liturgia da Palavra, Oração Universal, adoração da Santa Cruz e Comunhão Eucarística.
“A adoração da Santa Cruz é um momento único. Naquela fila entramos. Não é uma procissão que nos cansa fisicamente, porque é curta, mas ao mesmo tempo intensa, cheia de significado. O Cristo que para o calvário caminhou com nossa cruz nas costas, morto, é adorado, e o nosso coração nos diz: ‘Do túmulo Ele, vivo, se levantará’”, explica o padre Jurandi Dantas.
O Sábado Santo (Sábado de Aleluia) antecede a celebração da Páscoa e tem como principal celebração a Vigília Pascal, fazendo memória à noite da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo. É a principal vigília do ano, porque marca a espera da vitória de Jesus sobre a morte. De acordo com padre Jurandi Dantas, “a Paixão de Cristo não pode ser nunca desencarnada. Nesses dias vivemos um memorial que traz para o presente o maior gesto humano da história: o Deus que se encarnou deixa-se imolar por nós.
É vítima pascal redentora da humanidade inteira. Por isso, ao celebrar nesses dias tão grande e espetacular mistério, olhemos em torno de nós e na nossa vida que a Paixão e Morte de Cristo continuam em cada irmão que sofre, em cada criação de Deus destruída”, reflete.
O “Domingo de Páscoa” celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo, logo depois da Páscoa judaica. A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus.
Contexto histórico
À época da Paixão de Cristo, a Judeia vivia um contexto de efervescência social e política. No ano 63 a.C., o domínio romano, posteriormente reforçado com o governo de Herodes, o Grande, se consolidava no amplo processo de construção do Império pós-era republicana. De acordo com o professor de História Vinícius Oliveira, “a ocupação das tropas romanas que buscavam garantir a ordem pública é um demonstrativo da atmosfera de tensão entre as diversas tendências políticas e religiosas coexistentes”, contextualiza.
Ele explica ainda que muitos judeus não aceitavam submeter-se a Roma, nem pagar seus impostos. “Era marcante a esperança na vinda de um Messias, capaz de governar os judeus sem interferência estrangeira. No entanto, a comunidade judaica não era unânime, e as várias posições levavam a reações diversas e conflitos internos”, observa. A essas disputas somava-se o fato de a região ser bastante movimentada por rotas comerciais e tradicionais peregrinações a Jerusalém, tanto de judeus da Palestina quanto dos que viviam dispersos no mundo mediterrâneo desde os tempos da Diáspora.
Após a morte do rei Arquelau, filho de Herodes, o Grande, Roma decidiu transformar a Judeia em uma província submetida diretamente a um procurador nomeado pelo Império. De acordo com o professor Vinícius Oliveira, “essa decisão muito provavelmente guarda relação com o alto grau de agitação política da região”. Já na terra em que Jesus viveu, a Galileia, o governo continuou nas mãos do tetrarca Herodes Antipas, conforme estabelecido pelo testamento de seu pai. Segundo historiadores da época, a exemplo de Flavio Josefo e Fílon de Alexandria, Pôncio Pilatos, então procurador do Império Romano, era considerado um inimigo dos judeus, não respeitando os direitos garantidos por Roma à comunidade religiosa judia. Sua tarefa era manter a tranquilidade pública e preservar os interesses do Império.
O historiador Vinícius Oliveira lembra que o Sinédrio, autoridade religiosa ligada ao Templo, desejava combater tendências religiosas que parecessem ameaçar o relativo equilíbrio conseguido nos tempos romanos, já que a prática religiosa judaica era, à época, tolerada por César. “Outras correntes, a exemplo dos essênios e dos zelotes, eram contrárias ao domínio romano. Os primeiros tendiam ao isolamento e ao radical ascetismo, enquanto os últimos reagiram violentamente à presença romana, criando milícias e realizando saques às caravanas de comércio”, aponta.
Fonte: Arquidiocese de Salvador
Campanha da Fraternidade 2024 – Fraternidade e Amizade Social
“Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8)
BRASÍLIA (DF) – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o cartaz e a oração da Campanha da Fraternidade 2024. Inspirada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, a Campanha da Fraternidade (CF) de 2024 tem como tema: “Fraternidade e Amizade Social” e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8). Este tema e lema foram escolhidos pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em novembro de 2022.
De acordo com o bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, o tema e o lema da Campanha da Fraternidade 2024 refletem a preocupação do episcopado brasileiro em aprofundar a fraternidade como contraponto ao processo de divisão, ódio, guerras e indiferença que tem marcado sociedade brasileira e o mundo.
A Campanha da Fraternidade, dentro do caminho penitencial da Igreja, propõe também durante a Quaresma do próximo ano, um convite de conversão à amizade social e ao reconhecimento da vontade de Deus de que todos sejam irmãos e irmãs.
Elementos do cartaz
O cartaz, criado pelos jovens de Brasília (DF) Samuel Sales e Wanderley Santana, apresenta o cenário da comunidade como uma casa, espaço onde acolhe-se os irmãos e irmãs para a partilha do alimento e da vida. A mesa, ao redor da qual todos se encontram – indígenas, negros, brancos, homens, mulheres, gestante, crianças, jovens, cadeirante, adultos e idosos – remete ao sacramento da amizade de Deus com a humanidade.
O símbolo maior da comunidade é a celebração da fé ao redor de uma mesa, com pão, vinho e fraternidade. Os alimentos na mesa, típicos da dieta mediterrânica, recordam as refeições de Jesus. As janelas apontam uma casa aberta aos desafios do mundo e da realidade.
No meio da cena está o Papa Francisco, com sua bengala. Esta imagem expressa aquele que assume suas limitações e propõe ao mundo a amizade social por meio de sua Encíclica Fratelli Tutti. Ele mostra que é um caminho necessário para garantir a boa convivência e a subsistência de todos os seres humanos. O Santo Padre usa a cruz de dom Helder Câmara, que participou da fundação da CNBB em 1952, no Rio de Janeiro, sendo o primeiro secretário-geral da Conferência. Esta imagem recorda as semelhanças entre estes dois grandes homens de fé, que tanto colaboraram e colaboram com a história da CNBB e da Igreja no Brasil e no Mundo.
O cartaz convida também ao gesto concreto da Campanha da Fraternidade: a doação à Coleta Nacional da Solidariedade que acontecerá no dia 24 de março de 2024, Domingo de Ramos e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. A coleta fortalece os Fundos Diocesanos e Nacional de Solidariedade, que colaboram com centenas de projetos sociais por todo o Brasil, sempre ligados ao tema da CF de cada ano.
60 anos das Campanhas da Fraternidade
A cruz de dom Helder é também uma recordação para marcar os 60 anos da Campanha da Fraternidade, celebrada nacionalmente pela primeira vez em 1964. A Campanha da Fraternidade foi criada por dom Eugênio Sales, na época Arcebispo da arquidiocese de Natal (RN). E teve com dom Helder, então secretário-geral da CNBB, o grande esforço pastoral em torná-la nacional, sendo assumida por toda Igreja no Brasil.
O coordenador do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul, enfatiza que desde 1964, portanto há 60 anos, a CF vem mobilizando todo o Brasil num verdadeiro mutirão de evangelização e de conversão. “Todos nós temos alguma memória agradecida desses 60 anos: um cartaz, a letra ou a música de um hino, uma oração, um parágrafo de um texto-base, uma experiência vivida numa campanha que mexeu conosco e nos ajudou a crescer na fé e no seguimento de Jesus”, relembra.
Fonte: CNBB